Jogadores de formação – sim ou não?

No recente campeonato sub-20, era frequente ouvir os comentadores queixarem-se que os clubes portugueses não davam oportunidades aos jovens seleccionados ao contrário daquilo que acontecia no Brasil, onde a maior parte dos jogadores era titular nas suas equipas.

Pois bem, a Briosa pode contar este ano, por empréstimo do SCP de um desses jogadores que os doutos comentadores acham que se deveriam dar oportunidades. Vamos a entrar na quarta jornada e quantos jogos ele esteve disponível para jogar? Zero! Quantos treinos fez? Zero! Como é que se pode dar oportunidades a jogadores que nem sequer treinam? O que é suposto fazer a equipa onde esses jogadores actuam? Colocá-los a titulares sem estes sequer saberem os nomes dos colegas?

Cédric terá agora de começar a treinar, conhecer as rotinas da equipa, e talvez esteja apto a que seja uma opção válida na 5ª ou 6ª Jornada onde terá de lutar pelo lugar por um jogador com mais experiência e mais rotinado no lugar.

É que estes excelsos comentadores esquecem-se que o Brasil exporta anualmente centenas de jogadores, obrigando as suas equipas a profundas renovações, abrindo espaços para jogadores mais jovens. Por outro lado, a quantidade enorme de equipas nas diferentes divisões propicia a que jovens jogadores com potencial apareçam a titulares nas suas equipas.

Pessoalmente pelo que estou a ver neste início de época, percebo perfeitamente porque é que nenhum daqueles jovens é titular em Portugal. Não é falta de qualidade, mas sim, falta de planeamento ao nível das federações. Enquanto se achar que um jovem de 21 anos tem de passar a época em jogos da Selecção, nenhum clube lhe vai querer estar a pagar o salário.