Parecia quinta-feira outra vez. Casa quase vazia (menos de 3000 pessoas, seguramente), um onze idêntico com excepções em Cissé (em vez de Edinho) e Nivaldo (em vez de Ferreira) e um estado de tempo a complicar as contas a alguns jogadores e adeptos.
Foi uma primeira parte razoável, com o Gil Vicente a não aparecer e a deixar a Académica jogar. Nada de deslumbrante, nada de muito perigoso mas um domínio da Briosa a mostrar a vontade de quebrar o jejum de vitórias em casa. Chegados ao intervalo, o
placard mostrava o mesmo resultado desde o início da partida, mas os adeptos já mostravam algum desagrado pela equipa de amarelo. Se eu achava que João Capela era mau, ainda não conhecia os seus assistentes Tiago Rocha e Pedro Felisberto. Foras-de-jogo mal marcados, faltas por assinalar, enfim, incompetência geral.
Já na segunda parte, a Académica não entrou tão bem, mas cinco minutos depois, Flávio, capitão de equipa, consegue marcar de cabeça num pontapé de canto favorável à Briosa, levando a festa às bancadas do Estádio Cidade de Coimbra. Houve ainda mais duas oportunidades claras para se repetir as comemorações, mas nem Cissé nem Marinho conseguiram, isolados na grande área, fazer o 2 x 0. Diz a gíria que quem não marca arrisca-se a sofrer e foi o que aconteceu. Pio, do Gil Vicente, já tinha ameaçado num remate perigoso que Ricardo conseguiu defender, mas ao minuto 69, num livre semelhante, a bola foi desviada na barreira de dois jogadores, não tendo dado hipóteses ao nosso guardião.
Seis minutos depois, num pontapé de canto, o Gil Vicente dá a volta ao resultado e inicia-se o surto de câimbras e "lesões" na equipa de Barcelos. A estratégia covarde de perder tempo e simular lesões é, infelizmente, um clássico do futebol português e a equipa gilista aparentemente é fã da mesma. Pedro Emanuel fez entrar, tardiamente, Edinho para o lugar de Cleyton (que tem vindo a evoluir muito bem) aos 77' e Saleiro para o lugar de Wilson Eduardo (que hoje não esteve nos seus dias), aos 82'.
Tanto Edinho como Saleiro entraram motivados no jogo, conseguindo Edinho soltar-se na grande área, aos 87 minutos, fazendo o golo do empate. O quarto árbitro decidiu dar 4 minutos de compensação pelo tempo desperdiçado pelos diversos jogadores do Gil Vicente, tendo a Académica lutado por marcar mas não conseguindo quebrar o jejum e tendo acabado por empatar em casa contra um rival supostamente do seu escalão.
Já lá vão 7 meses sem ganhar em casa.