terça-feira, julho 14, 2009

Negócios à portuguesa

Todos os anos vemos os nossos melhores jogadores optarem por campeonatos tão atraentes como Chipre, Uzbequistão e outros que tais. Desafios? Seguramente. Desportivos? Claro que não.

O nosso campeonato vai ficando paulatinamente mais pobre. E porquê? Porque interessa a uns quantos que arranjam maneira de outros os apoiarem.

Estima-se que o valor real dos direitos televisivos da Liga Sagres atinjam hoje os 120 a 150 milhões de Euros. Foram vendidos à Olivedesportos por uma verba que andará entre os 42/48 milhões de Euros. Menos de metade do real valor.

Como foi conseguida essa proeza? Simples. Com clubes falidos, é fácil fazer um Presidente do clube assinar um contrato de longa duração, adiantando-lhe a maior parte do dinheiro logo à cabeça, para pagar as contas. E qualquer clube que saia do Sistema tem uma tremenda dificuldade em arranjar comprador para os seus jogos.

Para se ter a noção, os direitos televisivos da Liga Grega, são de 54 milhões por época para 14 dos 16 clubes (Olympiakos e Xhanti não assinaram). O que prova duas coisas:

  • Os clubes recebem uma verba muito inferior ao real valor dos direitos televisivos em Portugal.
  • Não é preciso estarem todos os clubes de acordo para se negociar em bloco.

E o problema está longe de ser exclusivo dos clubes grandes, que têm normalmente outro poder negocial. Se todos os outros clubes chegassem a acordo sem se traírem uns aos outros, seria possível receberem uma verba superior aos 3,5 milhões de euros que um clube como a Briosa recebe anualmente. Ao saber que o último classificado da Ligue 1 tem garantidos pelo menos 15 milhões de Euros por ano, pergunto-me como é que os jogos que a Briosa tem em casa contra os três grandes, mais os outros 4 ou 5, não conseguem valer 5 ou 6 milhões de euros?

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