terça-feira, dezembro 12, 2006

Notícias

O Diário de Coimbra dá hoje a notícia de que José Eduardo Simões foi acusado por crimes de corrupção. A notícia está a merecer a cobertura de diferentes jornais e televisões - ver aqui, aqui e aqui por exemplo - mas todos, sem excepção, referem o Diário de Coimbra como fonte da notícia. Por isso, em vez de ler o fumo das outras fontes, importa ler o que João Luís Campos escreve no DC:

José Eduardo Simões acusado por crimes de corrupção
O DIAP de Coimbra concluiu a investigação ao presidente da Académica, acusando-o de perto de uma dezena de crimes de corrupção passiva. Dois empresários ligados à construção civil também foram acusados no mesmo processo

O Ministério Público acusou José Eduardo Simões da prática de vários crimes de corrupção passiva alegadamente praticados quando o actual presidente da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol era também Director Municipal de Administração do Território na Câmara de Coimbra.
O procurador da República do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra, Ferreira Trindade, terminou, na semana passada, o seu trabalho investigatório, acusando José Eduardo Simões e ainda dois empresários ligados à construção civil. Um de Pombal e outro da zona Sul, mas Emídio Mendes (promotor do polémico empreendimento Jardins do Mondego) não foi acusado.
Ao todo, serão cerca de dez os crimes de que o presidente da AAC/OAF é acusado, sendo que alguns deles são de corrupção passiva para acto ilícito e outros para acto lícito. O Ministério Público, apurámos, quer ainda que as verbas alegadamente envolvidas em todo este caso (algumas foram apreendidas na viatura de José Eduardo Simões, durante as buscas da Polícia Judiciária) sejam perdidas a favor do Estado.
Apesar dos crimes em causa envolverem diferentes empreendimentos imobiliários na cidade, apenas dois empresários foram acusados, pelo que se deve confirmar o que o DC escreveu recentemente. A boa parte dos arguidos (seriam perto de 20), o MP terá proposto a suspensão provisória do processo, para que estes possam testemunhar caso se chegue à fase de julgamento.
Em todos os casos, o esquema alegadamente utilizado por José Eduardo Simões, segundo o MP, é semelhante. O presidente da Académica contactaria os promotores dos empreendimentos imobiliários a quem pediria donativos para o clube. Posteriormente, ofereceria os seus serviços como Director Municipal da Câmara de Coimbra facilitando o andamento dos processos relativos às respectivas urbanizações. Alegadamente influenciaria os fiscais, chamaria a si alguns processos e, por vezes, decidiria sem dar conhecimento aos respectivos serviços. Tudo, acredita o MP, em troca do dinheiro entregue à AAC/ /OAF, instituição que se tem debatido com graves problemas financeiros. Ainda na última Assembleia Geral, em que foi aprovado o Relatório e Contas, foi revelado um passivo de 12 milhões de euros.
O Diário de Coimbra tentou, ontem à noite, contactar José Eduardo Simões através do seu telemóvel, mas não o conseguiu fazer.  

Diário de Coimbra, 12 de Dezembro 2006

4 comentários:

  1. Caro CParis, esperava de si um comentário à situação. Sem qualquer tipo de provocação, creia.
    É que apesar de muitas vezes discordar de si, leio-o atentamente.
    Não tem nada a dizer sobre o que se passa?
    Um abraço.

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  2. Faço minhas as palavras de alguém que sei que respeita muito:

    "Esta situação é muito penalizante para todos os académicos, pelo que devemos ser serenos e contidos. É altura de todos avaliarmos o momento e encontrarmos o melhor caminho para a instituição."

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  3. uma vergonha........e nem assim se demite ta preso ao poder.....é triste

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