sábado, dezembro 30, 2006

Para meditar

Não havendo notícias, os jornais desportivos dedicam-se a entrevistas e a pensar o futebol. Daqui a dois dias teremos as contratações mas atélá vamos sendo brinadados com magníficas entrevistas. O jornal O Jogo dá hoje à estampa uma EXTRAORDINÁRIA entrevista a Carlos Queirós, mostrando como se pensa futebol. Queirós, que já percorreu meio mundo, do Japão à América passando por África, fala um pouco da peculiariedade que é o futebol português:

Cada vez que o Benfica ou o Sporting - ou qualquer outro clube - se expõem a situações em que parece que a gestão do clube é feita de fora para dentro dá-se um desastre. Quando o Sporting teve aquele período de instabilidade - Dias da Cunha, José Peseiro, guerras, conflitos directivos, etc. - , isso reflectiu-se na Imprensa. Toda a gente dá opiniões. Há um sujeito a ver um treino debaixo de uma árvore, vem a televisão perguntar-lhe o que pensa do Benfica e aquilo chega a seiscentas mil pessoas. Estava ali um homem que, se calhar, até estava só a ver pássaros, e perguntam-lhe o que pensa do Benfica. É tudo uma fantasia, mas é a realidade que temos.

Na verdade o que não faltam são adeptos com a mania de treinadores que gostar de ir assistir a treinos e com base nessa observação assaz científica discorrem sobre a qualidade ou falta dela dos treinadores. Infelizmente nós, Briosa, também temos destes "observadores de pássaros".

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Presidente pede instrução do processo em que é arguido

O presidente da Académica vai requerer a instrução do processo em que é acusado de oito crimes de corrupção passiva. A informação é avançada pelo advogado de José Eduardo Simões à agência Lusa.

«Se o juiz concordar com as razões com que discordamos da acusação do Ministério Público, lançará um despacho de não pronúncia e o caso será arquivado. Caso contrário, irá a julgamento», afirma Rodrigo Santiago, em declarações à Lusa.

Notícia completa no maisfutebol.

domingo, dezembro 24, 2006

Santo Natal

Um Santo Natal para todos são os votos deste blog. E como prenda no sapatinho nada melhor do que recordar alguns dos bons momentos com que a Briosa nos brindou este ano. Aproveitei para indicar (*) aqueles que foram, para mim, os 8 melhores golos marcados pela Briosa. Mas queria reduzir este número para três. Quais foram, na Vossa opinião, os três melhores?

J01 V. Setúbal 1 - AAC 1

G01 Hélder Barbosa, 1-1 (57 min) (*)

J02 AAC 1 - Naval 2

G02 Lino, 28 min, 1-0

J03 AAC 1 - Belenenses 1

G03 Gelson, 12 min, 1-0 (*)

J04 Boavista 2 - AAC 2

G04 Lino, 42 min, 1-1 (*)

G05 Gyano, 54 min, 1-2

J05 Académica 1 - Nacional 3

G06 Dame, 8 min, 1-0 (*)

J06 Paços 1 - Académica 1

G07 M. Pedro, 26 min, 0-1

J07 AAC 2 - Aves 0

G08 Miguel Pedro, 5 min, 1-0

G09 Danilo, 65 min, 2-0

J09 AAC 2 - E. Amadora 0

G10 Dame, 59 min, 1-0 (*)

G11 Helder Barbosa, 68m, 2-0

J10 FC Porto 2 - AAC 1

G12 Nestor Alvarez, 76 min, 1-1 (*)

J11 AAC 3 - Beira Mar 1

G13 Litos, 42 min, 1-1

G14 Dame, 47 min, 2-1 (*)

G15 Gyano, 54 min, 3-1 (*)

J12 Sp. Braga 4 - AAC 2 

G16 Lino, 2 min, 0-1

G17 Litos, 40 min, 2-2

J13 AAC 1 - Marítimo 2

G18 Gyano, 80 min, 1-2

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Colchoneros

A notícia de que o Atlético de Madrid anda atrás de Miguel Veloso, magnífico jogador do SCP, tem vindo a merecer destaque da imprensa desportiva.

Miguel Veloso tem contrato até 2008, sim, até 2008, e os colchoneros andam a seguir o jogador porque:

esta atenção toda explica-se com o facto de o grande objectivo dos espanhóis ser poder garantir o jogador a custo zero e, uma vez que o actual contrato de Miguel Veloso termina em 2008, os colchoneros pretendiam, desde já, acordar verbalmente a transferência com o atleta (situação que a FIFA penaliza), que, ainda assim, teria de cumprir mais um ano de contrato com o Sporting. (A Bola, 18 Dezembro)

Tal como vem sendo hábito do clube madrileno, que chega a acordo com os jogadores a mais de um ano de distância do seu contrato acabar, apesar de tal ser proibido. Como se isso fosse novidade. Nós, em Coimbra, bem sabemos que não o fizeram no passado, não o iriam começar a fazer agora. Ou ainda haverá quem acredite que Zé Castro não tinha um acordo (verbal) muito tempo antes de este poder ser legal?

sábado, dezembro 16, 2006

Grande Pedro Roma

Pedro Roma teve hoje uma noite em grande!

Defendeu tudo o que havia para defender, apenas não chega a tempo à bola que viria a dar o golo ao Sporting, porque é claramente derrubado em falta dentro da pequena área.
O Fantasma das bolas paradas continua a perseguir a nossa Briosa, pois mais uma vez num canto é dada total liberdade ao adversário, que mete a bola na baliza oferecendo mais um golo, neste caso, irregular. Mas este facto não retira o brilho das defesas fantásticas do nosso guardião, que teve hoje, provavelmente, o seu melhor jogo da época.

Manuel Machado não se inibe e coloca toda a “carne no assador”, nada mais nada menos do que os três pontas de lança, que continuam, todos eles, a demonstrar grande falta de talento. Mas uma coisa conseguiram, com a ajuda da restante equipa, que foi irritar seriamente os adeptos locais, que nos últimos vinte minutos de jogo não pararam de assobiar um Sporting completamente encostado às cordas.

Pena foi que o caudal ofensivo da nossa Briosa nunca se tenha concretizado num golo merecido. Assim, continuamos a apreciar excelentes exibições com cada vez mais qualidade, com um futebol bonito e emocionante e continuamos a voltar para casa de bolsos vazios.

Verdes anos

Mais logo


 

é esta a previsão que o jornal A Bola. Tenho algumas dúvidas se três centrais surtirão efeito, mas confesso que escasseiam alternativas. Parece-me que já foi tudo tentado e a Briosa continua a sofrer golos. A Briosa precisava de um central como Zé António e pensei no defeso que Litos pudesse vir a desempenhar esse papel. Confesso que essa tem sido a minha maior desilusão.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

15 minutos de fama

Maló de Abreu aproveitou os 15 minutos de fama que o lançamento do seu livro Lhe proporcionou, para lançar a sua candidatura a umas eleições que ainda vêm longe.

Maló sabe que em 2004 faltaram-Lhe apoios importantes que, espera ele, poderão estar desiludidos com José Eduardo Simões. E antes que outro surja a colher esses apoios, eis que Maló aproveita para dizer que está em campo, e a relembrar o seu resultado de 40%.

Penso que Maló preferiria ter esperado mais um pouco e fazer o anúncio mais perto do acto eleitoral, mas os 15 minutos foram agora e havia que aproveitá-los.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Viagem para apoio

Seja pelo valor do adversário ou quiçá pelas últimas notícias que saíram relativamente à deslocação a Braga e que em nada abonam ao prestígio da claque, o facto é que a Mancha Negra parece ter ficado tolhida de imaginação e não conseguiu arranjar nome para a deslocação a Alvalade, apresentando um singelo "Viagem para Apoio". Mas o que importa realmente, é que os rapazes (e raparigas) vão, e esperemos que incidentes como as da dita deslocação não se venham a repetir.

A MNTours85 informa que a Viagem para Apoio à nossa mágica Briosa contra o Sporting C.P., a realizar-se Sabádo dia 16 pelas 21:15h, com o respectivo valor de Viagem + Bilhete de 25 euros, esperamos contar com a presença do maior número de Academistas neste encontro a contar para a 14ªjornada da Liga profissional de Futebol Bwin.com .
As inscrições e informações adicionais podem e devem ser efectuadas na sede da claque, sito pavilhão Jorge Anjinho, de segunda a quinta até as 24H ou através dos telefones 919485361 Miguel Pedro e 936497246 Carlos Barra.
A viagem esta programada para Sabádo dia 16 com saída prevista para as 17:00 do Pavilhão Jorge Anjinho OAF.

Outro caso, outra citação. A mesma conclusão.

A questão não está tanto em saber se o que diz a Dona Carolina é verdade, meia-verdade ou inteira falsidade. Isso é matéria que, obviamente, a justiça terá de apurar e a que ele e ela terão de responder. A questão, agora, é que as acusações atingem não apenas a honra do presidente do FC Porto mas a do próprio clube. Se ele fosse um político ou exercesse funções públicas, não haveria ninguém que não lhe exigisse, desde já, a única atitude que a honra consente nestes casos: demitir-se, tratar de provar a sua inocência e o sem fundamento de tudo aquilo e, depois, se quisesse, tentar regressar.
[...]
Se há defeito que detesto é a ingratidão. [...] E custa-me muito escrever isto. [..]
No lugar dele, demitia-me. Mas cada um tem o seu código de conduta e os seus valores de vida: não exijo a ninguém que tenha os meus, mas também não abdico de dizer o que penso, porque isso faz parte dos meus valores.

Miguel Sousa Tavares, A Bola, 12 Dezembro

 

Nunca pensei concordar com Miguel Sousa Tavares.

Direito de resposta

Dada a gravidade do caso, entendo que devo apresentar as duas versões da história:

COMUNICADO DA DIRECÇÃO
06-12-12 22:51 AAC/OAF


Face à notificação de que o Presidente da AAC/OAF foi alvo hoje, no seguimento do processo que tem vindo a arrastar-se há bem mais de um ano, a Direcção da Académica/ OAF tomou a seguinte posição:

1.º O despacho de acusação por parte do Ministério Público é um mero culminar da fase investigatória promovida pelos órgãos policiais sem qualquer intervenção de um juiz e sem a possibilidade séria de o visado proceder à sua defesa, fase essa que agora finalmente pode começar.

2.º Manifestar, por deliberação unânime, inequívoca solidariedade e absoluta confiança na actuação de José Eduardo Simões, quer no exercício das funções de Presidente quer enquanto cidadão.
Posição esta, reiterada pelo Presidente da Assembleia Geral e pelo
Presidente do Conselho Fiscal.

3.º A Direcção da Académica vai continuar a pautar a sua actuação pela determinação e serenidade e a continuar o trabalho que tem vindo a desenvolver em prol da Académica, contando, como até ao presente, com a direcção dinâmica e empenhada do seu Presidente.

Coimbra, 12 de Dezembro de 2006

A Direcção da AAC/OAF

terça-feira, dezembro 12, 2006

Notícias

O Diário de Coimbra dá hoje a notícia de que José Eduardo Simões foi acusado por crimes de corrupção. A notícia está a merecer a cobertura de diferentes jornais e televisões - ver aqui, aqui e aqui por exemplo - mas todos, sem excepção, referem o Diário de Coimbra como fonte da notícia. Por isso, em vez de ler o fumo das outras fontes, importa ler o que João Luís Campos escreve no DC:

José Eduardo Simões acusado por crimes de corrupção
O DIAP de Coimbra concluiu a investigação ao presidente da Académica, acusando-o de perto de uma dezena de crimes de corrupção passiva. Dois empresários ligados à construção civil também foram acusados no mesmo processo

O Ministério Público acusou José Eduardo Simões da prática de vários crimes de corrupção passiva alegadamente praticados quando o actual presidente da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol era também Director Municipal de Administração do Território na Câmara de Coimbra.
O procurador da República do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra, Ferreira Trindade, terminou, na semana passada, o seu trabalho investigatório, acusando José Eduardo Simões e ainda dois empresários ligados à construção civil. Um de Pombal e outro da zona Sul, mas Emídio Mendes (promotor do polémico empreendimento Jardins do Mondego) não foi acusado.
Ao todo, serão cerca de dez os crimes de que o presidente da AAC/OAF é acusado, sendo que alguns deles são de corrupção passiva para acto ilícito e outros para acto lícito. O Ministério Público, apurámos, quer ainda que as verbas alegadamente envolvidas em todo este caso (algumas foram apreendidas na viatura de José Eduardo Simões, durante as buscas da Polícia Judiciária) sejam perdidas a favor do Estado.
Apesar dos crimes em causa envolverem diferentes empreendimentos imobiliários na cidade, apenas dois empresários foram acusados, pelo que se deve confirmar o que o DC escreveu recentemente. A boa parte dos arguidos (seriam perto de 20), o MP terá proposto a suspensão provisória do processo, para que estes possam testemunhar caso se chegue à fase de julgamento.
Em todos os casos, o esquema alegadamente utilizado por José Eduardo Simões, segundo o MP, é semelhante. O presidente da Académica contactaria os promotores dos empreendimentos imobiliários a quem pediria donativos para o clube. Posteriormente, ofereceria os seus serviços como Director Municipal da Câmara de Coimbra facilitando o andamento dos processos relativos às respectivas urbanizações. Alegadamente influenciaria os fiscais, chamaria a si alguns processos e, por vezes, decidiria sem dar conhecimento aos respectivos serviços. Tudo, acredita o MP, em troca do dinheiro entregue à AAC/ /OAF, instituição que se tem debatido com graves problemas financeiros. Ainda na última Assembleia Geral, em que foi aprovado o Relatório e Contas, foi revelado um passivo de 12 milhões de euros.
O Diário de Coimbra tentou, ontem à noite, contactar José Eduardo Simões através do seu telemóvel, mas não o conseguiu fazer.  

Diário de Coimbra, 12 de Dezembro 2006

segunda-feira, dezembro 11, 2006

AAC 1 - Marítimo 2 (Golos e Ficha de jogo)

 

Mbesuma, 32 min, 0-1


Mbesuma, 76 min, 0-2

 

Gyano, 80 min, 1-2

 

 

Todos em Sequência
 

 

 

 

 

PÉSSIMA exibição de Nestor Alvarez, que falha duas vezes só com o guarda redes pela frente e com bastante tempo para executar. Acresce a estes dois falhanços, um outro de Miguel Pedro, sensivelmente na mesma posição.  Nunca vi a Briosa a produzir tantas situações de golo, a jogar tão bem no ataque e a falhar tanto.

Na defesa, Nuno Luís esteve infeliz e resulta de uma falha dele o primeiro golo adversário que funcionou com balde de água fria. Kaká também não ficou bem na fotografia. A Briosa podia estar a vencer por 3-0, quando sofre o primeiro golo e vai a perder para o balneário. Na segunda parte vem com a mesma dinâmica e vontade de vencer.

Mas os avançados não acertavam e a defesa quis complicar de novo. Desta vez até Danilo ajudou à festa. Nos vídeos vê-se bem.

A equipa nunca baixou os braços nem os adeptos a deixaram de  incentivar. Se é verdade que uma imagem vale por mil palavras e que os golos escrevem a história do jogo, neste deixam muita coisa por contar. Faltam os vídeos das jogadas falhadas pelo ataque da Briosa, do PORTENTOSO jogo de Dame, e do apoio o público que no final do jogo bateu palmas aos jogadores enquanto estes saíam. Já vi muitas vitórias com menos agradecimento, e o público reconheceu que os jogadores tudo fizeram para ganhar. Correram e lutaram como há muito não via.

Não podia estar mais de acordo

"Começo a ficar farto de jogar bem e perder os jogos"

Manuel Machado dixit

domingo, dezembro 10, 2006

Só a vitória interessa

Manuel Machado deixou Litos de fora da convocatória porque se lesionou no último treino. De resto, só a tradicional troca de guarda redes suplente e a re-entrada de Gelson que vai ocupar o lugar de Sarmento.

Recorde-se que este é o último jogo acessível antes do final da primeira volta, uma vez que a seguir cabe a vez de defrontar Sporting e Benfica. E Manuel Machado quer 7 pontos nestes três jogos, por isso, só a vitória interessa...

Equipamentos

Graças ao Piolho, tive a oportunidade de ver a foto acima, onde  a Briosa aparecia com a camisola listada. 

Só pude sorrir.

sábado, dezembro 09, 2006

Confiança

"Não será difícil manter a Académica e perspectivo um final de época tranquilo. Mesmo sem reforços em Janeiro, iria com esta equipa até ao final". Manuel Machado dixit. 8 Dezembro 2006

sexta-feira, dezembro 08, 2006

José Belo posiciona-se

A entrevista de José Belo é um bom texto. Demonstra alguém que vive, sente e adora a Briosa. Há pontos que ele fala, que creio que toda a gente concordará enquanto que em outros pontos nem tanto. E há um ou dois aspectos que ninguém (pelo menos eu) percebe o que ele quer dizer.

Mas vamos por partes:

Reflexões sobre a Académica
José Belo
Quem vive a Académica intensamente fica naturalmente preocupado com o que se está a passar e que tem sido mediatizado. O Eng. Simões já está na presidência da AAC/OAF há algum tempo e, infelizmente, não tem sabido fazer uma afirmação empolgante da sua liderança.

Verdade. Creio que o próprio Eng. José Eduardo Simões sentirá na pele o mesmo problema.

Têm faltado ideias, coesão académica, mobilização e, sobretudo, sentido de futuro, sobrando, pelo contrário, algumas situações polémicas, incómodas para uma Instituição centenária.
Eu não quero federar descontentamentos, mas há um sentimento que medra de que ultimamente a Académica começa a ser gerida por algumas pessoas com algum afastamento da sua cultura e dos seus princípios nucleares, numa subordinação cega à nova máquina da indústria do futebol. E nela há "filhos de muita mãe" e nós temos que saber estar do lado dos melhores, das boas práticas, da ética... o que parece não ter sido evidenciado na última Assembleia Geral, onde mais uma vez se aprovou o "edifício" sem cuidar das fundações.

Verdade. As Assembleias Gerais sempre me desgostaram porque nunca se debatem os problemas e sempre a rama. Mas alguma vez foi diferente no passado? Ou será diferente no futuro?

Não entrarei nunca na lavagem de roupa suja, onde me sinto desalinhado, mas permitam-me que faça uma rápida e pragmática incursão sobre a Académica e enfatizar que há sete pressupostos que têm de definir, na minha perspectiva, a política sócio-desportiva de uma Instituição como a nossa.

Óptimo. Gosto mais de discutir ideias do que fulanizar questões.

O primeiro, é seguramente a valorização da memória da Instituição. A Académica tem uma história e o seu percurso tem de respeitar aquilo que é o nosso ADN.

Não sei o que é o ADN da Académica. Acho que há muita gente que se arroga esse direito de saber o que é. Conheço uns quantos que jogam no Santa Cruz e afirmam que o ADN da Académica está ali. José Belo, podia dizer qual é, para si, o ADN. Aliás, seria giro ver uma campanha em que discutisse realmente qual o ADN que queremos para a nossa Briosa.

O segundo pressuposto, é naturalmente o enquadramento da Briosa na Liga profissional. Se calhar há uma grande pressão para nos empurrarem para o mercantilismo puro e duro. Mas sou daqueles que se recusam a aceitar que as coisas têm de ser assim, porque não podemos alienar a dimensão social onde cimentamos a nossa diferença. Daí que qualquer Direcção não pode dispensar as linhas de continuidade que fizeram da Académica uma Instituição de referência no panorama desportivo nacional.

Tenho dificuldade em opinar sobre o que não entendo. O enquadramento da Briosa na Liga Profissional não é garantido. É consequência de uma classificação que se consegue todos os anos. Dizem-me que no passado era mais difícil consegui-lo porque havia menos receita. Pelos vistos é indispensável estar no mercado a gastar dinheiro para se enquadrar na Liga. 

Obviamente que não cauciono com isto os 60 jogadores que entraram na Briosa nos últimos anos. Mas isso qualquer pessoa, depois de ver os flops, consegue ajuizar. Mas também vejo jogadores, como Ezequias, a jogar na Liga dos Campeões e que em Coimbra eram considerados dispensáveis pelos adeptos.

O terceiro pressuposto, é a defesa intransigente dos interesses da Briosa, assentes nos valores decisivos que lhe dão a sua singular identidade e que, na minha perspectiva, têm de condicionar até o próprio enquadramento e desenvolvimento do programa de qualquer Direcção eleita pelos sócios.

Discurso redondo. Mais uma vez a questão de identidade. Como José Belo nunca diz qual é, para ele, a identidade que ele quer para a AAC/OAF, não posso opinar.

O quarto pressuposto é a situação económico-financeira, que infelizmente é agravada ano após ano, havendo vozes a dizer que a distância que vai até ao definhamento pode não ser grande...

Completamente de acordo. Apesar de ter apreciado bastante o facto de se ter registo um exercício com balanço positivo, a verdade é que serão precisos muitos mais para abater a dívida que existe.

O quinto, é o nosso sistema de afirmação no panorama profissional onde temos de competir. Infelizmente temos sido pouco hábeis a jogar o "xadrez" e a pôr as pedras no tabuleiro, andando sempre com o credo na boca apesar do nosso orçamento ser bem gordo. Parece, por isso, que tem sido pouco feliz o modelo de contratação, por atacado, que tem sido prática nos últimos anos. Ai, ai... onde pára a formação sustentada e sobretudo a criação de condições para os nossos excelentes técnicos poderem fazer omeletes?

Isto dito depois de estarmos 4 épocas seguidas na Primeira Divisão, soa a estranho. Ainda para mais na semana onde mais um atleta júnior da AAC é chamado à Selecção. Percebo o que quis dizer, não creio que tenha sido feliz no modo como o disse.

O sexto pressuposto, é a conjuntura desportiva, onde nos deixámos enredar alinhando nela através de maus exemplos que têm constituído matéria de opinião pública e de justiça, desperdiçando uma oportunidade de ouro para dizermos da nossa diferença.

De acordo.

O sétimo pressuposto, é a mobilização dos devotos e simpatizantes, alargando a quadrícula através de estratégia, objectivos e boas práticas bem definidas, criando efeitos multiplicadores e sinergias com vários "pólos" que têm connosco uma comum conexão sócio-desportiva. Ora a Académica hoje em dia, agrade-nos ou desagrade-nos, não tem perspectiva exaltante nem em dimensão social, nem desportiva, nem sócio- desportiva.
Ora esta constatação traz agarrado um quadro de risco e sobretudo uma contínua diluição da nossa identidade, que se traduz num "cinzentismo" que preocupa todos os que querem que a Académica não se esgote no curto prazo.
Se calhar ela está a padecer de uma patologia que alguns ainda não deram conta: ela tem um passado que é maior do que o seu presente...
Mas o que todos nós queremos é, com orgulho do que está para trás, falar de futuro, com dignidade, com modernidade, com esperança, com sentido académico..., sabendo pôr a render, enquanto ainda é possível, o valor que para a AAC/OAF resulta da sua moral, da sua ética e da sua diferença. Para isso contam sempre com os Veteranos que estão prontos a colaborar, mas sem
nunca alijarem a sua responsabilidade na defesa dos valores e princípios que marcam a Académica.
*Presidente do Núcleo de Veteranos da Académica
In "Campeão das Províncias" 

Não poderia estar mais de acordo. Mas infelizmente as feridas parecem ser fundas de mais para se resolverem rapidamente. Acho que foram dados passos importantes por Campos Coroa e depois por José Eduardo Simões, mas sinceramente, parecem-me passos muito pequenos para o que era preciso realmente.

Nunca percebi porque é que a Secção de Futebol da AAC não é um satélite da AAC/OAF. Parecia-me natural e salutar. Conheço as feridas do passado e só muito recentemente (1984) se deu o primeiro passo para reaproximação. Provavelmente será preciso uma mudança de geração. Mas sem isso feito, ficará sempre a faltar um elo do tal ADN.

Campanha eleitoral começou

Já tinha reparado na Assembleia Geral que os movimentos eram fortes. Na ressaca a entrevista de Campos Coroa a lançar três nomes surpreendeu-me um pouco por achar cedo demais. Mas depois, desfiz-me de ilusões. A entrevista de José Belo e hoje a de Luís Godinho estão a marcar claramente o início da época eleitoral.

Este blog, constituído por associados com as cotas em dia, irá votar. Não tem alinhamentos por nenhuma lista, mas os seus editores são livres de vir a participar em alguma se assim o entenderem. Isto não é um jornal, é apenas e só um espaço de opinião, de gente que também ela vota.

Até lá, iremos acompanhando, na medida do possível, as diversas intervenções dizendo o que concordamos e o que discordamos nelas.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Zada de regresso

Tanto Zada como Lira viram terminar o seu empréstimo e regressaram a casa. Da continuidade, ou não, dos dois ainda nada se soube.

Pessoalmente parece-me que Lira não terá lugar; já quanto a Zada, acho que é óbvio que faltam opções na posição onde actua, ficando eu com dúvidas se será Zada o homem capaz de preencher aquele lugar.

Talvez por pensar o mesmo, Manuel Machado fez alinhar Zada no jogotreino com o Feirense, tendo entrado na segunda parte.

Liga dos Campeões

Ontem o Arsenal alinhou com onze jogadores não ingleses.

O clube da capital britânica, berço do futebol, ainda fez alinhar Van Persie aumentando para 12 o número de jogadores não ingleses que foram utilizados.

Reflexo da globalização apontará para uma Descaracterização do futebol?

Mas afinal o que caracteriza o futebol? É o bilhete de identidade dos seus jogadores ou a realidade onde estes se integram?

Não continua o Arsenal a ser uma equipa inglesa na verdadeira acepção da palavra?

terça-feira, dezembro 05, 2006

Se o meu gato ladrasse.... era um cão!

É o que apetece responder quando se ouve Campos Coroa dizer que se  tivesse as receitas da actual direcção "teria o passivo a zero".

Isto dito pela pessoa que assumiu em público que os bancos deixaram de acreditar nele e Lhe fecharam a porta. É recorrente todos os Presidentes gastarem mais do que o que têm, e se Coroa tivesse mais receitas, teria maior capacidade de endividamento e provavelmente faria uso dela.

Quanto ao resto, concordo inteiramente com ele, na parte em que assume que nunca a OAF se deve transformar numa SAD. Apesar de gostar de ver implementadas algumas regras de clareza ao nível da gestão, não posso deixar de concordar que a transformação em SAD traria mais desvantagens que vantagens e contribuíria inexoravelmente para uma maior e mais rápida descaracterização da Briosa.

Ainda na entrevista, Coroa lançou uns nomes de pessoas que veria com bons olhos como candidatos às próximas eleições - Álvaro Amaro, Manuel António e José Belo.

Destes nomes, apenas me apraz dizer que os que conheço não me parece que queiram neste momento ser candidatos, e o que não conheço admito que possa querer ser candidato mas duvido que reúna apoios para o ser. Ou seja, ainda estou à espera de ouvir o nome do candidato que irá concorrer contra JES.

domingo, dezembro 03, 2006

Como é possível?

Como é possível sofrer 3 golos de bola parada (2 cantos e 1 livre) no mesmo jogo?

Belíssima exibição de João Pinto, desacerto da Briosa nas bolas paradas, fizeram com que se viesse de mãos vazias da cidade dos Arcebispos.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Da Assembleia Geral

Como prometido fui à Assembleia Geral. E houve algumas coisas que me deixaram agradavelmente surpreendido. Falemos das boas notícias primeiro:

1. Elevado número de sócios. Não contei, mas deviam estar mais de 150 pessoas na sala. Gostei. Tive pena que não fosse sempre assim.

2. Mesa do Conselho Fiscal cheia. Que contraste com a última Assembleia.

De uma breve análise às contas, feitas por mim que sou um não especialista, saltaram à vista os 12.123.383,70€ de passivo por um lado e o resultado positivo ( 43.713,95€) no exercício 2005/2006.

O Presidente alinhou o seu discurso em duas linhas:

1. O mal já vinha herdado de antes de 2002

2. Chamou a atenção para o facto de no Passivo estarem contabilizados como negativo 2.660.000,00€ na rubrica Adiantamentos de Clientes, que se referem a letras que foram usadas para pagar passes (e.g. Marcel). Alega o Presidente que assim que se chegar à data de vencimento das letras este valor saíra do Passivo.

Para mim nenhum destes argumentos colhe, e teria chegado se ele salientasse que o resultado no exercício tinha sido positivo. Afinal era isso que se estava a falar. Mas isso sou eu e a quase totalidade da sala não pensava como eu, como se veio a provar.

Sobre os incidentes da AG não me irei alongar muito. Não tenho grande apetência para falar de telenovelas, ainda para mais porque os artistas tem uma noção de democracia que me irritou. A noção de que "eu sou sócio posso dizer o que quero" e quando alguém está a emitir opiniões contrárias é vaiado e interrompido. Essa parte não gostei, pensei que estava numa Assembleia Geral de um clubezeco qualquer e nunca da Briosa.

Claro que depois percebi melhor o que se tratava, quando ouvi um associado a dizer que tem de falar porque "esta seria a última Assembleia Geral antes de eleições". Ou seja, ele tinha uma Agenda pessoal que queria colocar em acção. Não queria falar porque discordava de algum ponto, queria falar apenas porque era a última oportunidade de falar em público perante associados antes das eleições.

Excluo deste lote de comentadores da AG, Campos Coroa. Foi nitidamente à AG defender-se de acusações que achou injustas e fê-lo de forma rápida sem tecer considerações qualificativas. Falou de factos, em seguida José Eduardo Simões rebateu também com factos e a coisa ficou por aqui. Cada associado tirou as suas conclusões de onde está a razão.

Gostei bastante do comportamento de Gonçalo Capitão no Conselho Fiscal. Nota-se a caloirice na função, mas que foi exercida com excelente cuidado e sem a prosápia que normalmente se fazem acompanhar os que se colocam nestas posições. Sentiu-se uma aragem fresca nas suas intervenções e parece-me que acolheu o respeito de toda a Assembleia.

Fiquei abismado ao ver os preciosismos com que se atiravam ao ROC, nomeadamente sobre se o termo "Proveitos irregulares" sobre se queria dizer "proveitos ilegais" ou "extraordinários". Enfim.. nós portugueses temos mesmo um problema de linguagem.

Mais uma peripécia aqui, mais uma peripécia ali e o Relatório foi aprovado por larguíssima maioria (21 votos contra). O orçamento 2006/2007 também foi aprovado por larga maioria. Não adianta agitar o papão de que estaria gente na sala sem as cotas em dia, porque é de admirar que nas mais de 100 pessoas que votaram favoravelmente não haja 22 com as cotas em dias. Eu tenho.