sexta-feira, março 09, 2007

Sede de protagonismo e meias-verdades (ou meias-mentiras)

Quando vi escarrapachada num jornal, a folha salarial do SCP, esbocei um sorriso. Não pelos valores em si, mas porque me pareceu que o SCP tinha visto o pé a ser atingido, desta vez não por culpa de um seu dirigente (atitude tradicional em Alvalade), mas por culpa de um seu jogador e respectivos (!?) empresários.

Estava longe de pensar que iriam existir libelinhas académicas, que para provar que são gente informada, iriam fazer o mesmo. E logo outro a seguiu, porque temos que provar que sabemos, tendo este último como atenuante o não estar a desvendar nenhum "segredo".

Meias-verdades

O caso não seria sério se aparecesse toda a verdade. Mas não aparece e esse é o principal problema. Posso elencar alguns motivos porque não aparece:

1. A informação é sabida de boca. Só assim se justifica pérolas como esta de precisão jornalística:

Nestor: 6 a 7 mil euros

Mil euros parece ser coisa pouca para o autor. Afinal errar em mais de 15% do salário não é problema. Interessa é escrever aquilo que se ouve, sem ter a certeza da verdade. E como as bocas desta história são muitas, colocam-se as duas versões. E a verdade não há-de andar muito longe disto. Espera ele.

2. Os salários significam pouco

Parece um paradoxo o que escrevi, mas é um facto. Um jogador deve medir-se pelo custo do seu passe, do seu prémio de assinatura e do seu salário. É um erro infantil pensar que apenas uma destas parcelas é importante.

Os jogadores, principalmente as aquisições chamadas de “custos zero” incluem um prémio de assinatura ao jogador que frequentemente é paga em duas tranches – uma inicial e outra que vai sendo paga com o salário. Por isso quando se diz:

Litos--- 15 a 2o mil €

Convinha que se esclarecesse, se isto é tudo salário, ou se é salário mais prémio de assinatura.

3. É tudo gente séria

E por último, será que alguém acredita que no futebol os jogadores só ganham o que é declarado às finanças? Quantos não vivem em apartamentos dos quais não pagam renda, nem água, nem luz? Já estão incluídos esses valores nos "salários"?

Conclusão

As libelinhas são predadoras e alimentam-se de moscas. Por isso, há umas que pensam que se produzirem m**** suficiente nunca irão morrer.

1 comentário:

  1. Muito bem. Concordo em absoluto.
    Não esperava isso do libelinha...

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