segunda-feira, dezembro 29, 2008

Direitos de televisão

E já que falamos de finanças no global, falemos dos direitos televisivos. O Público, aproveitou a época natalícia para lançar alguns dossiers que normalmente não têm espaço noutras alturas do ano. Algumas notas:

Portugal gravita fora desta órbita que tem conduzido outras ligas a lucros crescentes. O último relatório sobre as finanças do futebol publicado em 2008 pela Deloitte indica que os clubes da Liga portuguesa receberam 46 milhões de euros em direitos de transmissão. Esse montante, relativo à época 2005/2006 (a última com resultados disponíveis), fica aquém dos 69 milhões encaixados pela Eredivisie holandesa, não chega a dez por cento das receitas televisivas da Bundesliga alemã (480 milhões de euros por temporada) e fica a anos-luz dos 557 milhões de euros de receita dos 20 clubes da Liga espanhola

O canal Sport TV atingiu em 2008 o número de 600 mil assinantes. Cada um dos subscritores pagará uma mensalidade de 23,99 euros, o que significa que as receitas do canal com assinaturas andam à volta dos 14 milhões de euros por mês. Multiplicando este montante pelo número de meses por ano, obtém-se uma receita anual só com assinaturas na ordem dos 268 milhões de euros. Ou seja, a receita deste canal, que é detido pela Olivedesportos (50 por cento) e a ZON (50 por cento), é quase o quádruplo do que encaixam os clubes que vendem os direitos à Olivedesportos, empresa de Joaquim Oliveira


Eu não sei se os clubes conseguem viver sem SportTV. Mas sei que a SportTV não conseguiria viver sem clubes. É ridículo que a receita para TODOS os clubes da primeira Liga seja equivalente ao que recebe UM clube de segunda linha em Espanha. Ridículo, talvez não seja a palavra certa, mas poderia ser processado se me atrevesse a usar as palavras adequadas a um procedimento comercial que privilegia o obscurantismo.

1 comentário:

  1. Pior nem é isso é o facto de sujeitarmos aos horários e dias que os meninos pedem.

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