Irrita-me ver pessoas que quando se fala em corrupção respondem logo dizendo que não é verdade, que é tudo gente séria. Em particular lembro-me de ver José Guilherme Aguiar quase a ameaçar com um processo quem afirmasse que havia corrupção na arbitragem e não a conseguisse provar.
Por isso, ao ler o que disse o juiz conselheiro Mortágua sobre a arbitragem, respirei de alívio: não sou eu que sonho.
recordou o episódio envolvendo um árbitro [«não me obrigue a falar de nomes, porque isso não faço», avisou] que não teria chegado a arbitrar a partida Feirense/Beira-Mar porque teria recebido «1500 contos de cada equipa».
E relativamente ao caso em que um árbitro se deslocou a casa de um presidente de um clube antes de um jogo de futebol
“Claro que todas as pessoas têm um preço, mas 500 contos acho ridículo. Só se fosse para o aquecimento”
“500 contos era pouco para a bitola da época”
Louve-se a honestidade intelectual de quem não tem medo de assumir que sempre ouviu falar de corrupção no futebol, havendo até uma bitola que era seguida por vários clubes. Esqueceu-se apenas de considerar a hipótese de o pagamento ter sido um sinal, e que o resto seguiria consoante o desempenho. Mas por ter falado a verdade que sabia, já merece o meu aplauso.
Porque será que sempre que se fala de corrupção, me vem à ideia um presidente de um clube que foi director de urbanismo da câmara municipal da mesma cidade?
ResponderEliminarPor favor não me obriguem a falar de nomes...
Vai-se provar um dia, claro, que só houve corrupção em clubes pequenos.
ResponderEliminar