Hermínio Loureiro

Hoje achei por bem fazer um pequeno balanço daquilo que tem sido a actuação de Hermínio Loureiro à frente da LPFP, uns minutos antes de começar a final da Taça de Liga aquela que será uma das maiores marcas da actuação deste dirigente.

A primeira coisa que salta à vista da sua actuação é a vontade, mal disfarçada, que alguns dirigentes têm de ver o político fora do futebol. Só assim se compreende que, por exemplo, o cargo de Presidente da LPFP não seja remunerado. É um absurdo, apenas possível porque quem normalmente ocupava este cargo não o encarava como um cargo para fazer algo pelo futebol, mas sim como meio para atingir outros fins – pessoais ou clubísticos.

Hermínio Loureiro conseguiu, com a Taça da Liga,  aumentar as receitas dos clubes e aumentar o número de jogos nacionais. Não fosse a incompetência de quem definiu calendários e regulamentos e teríamos um bom troféu. Talvez hoje não aceitasse Andreia Couto para Secretária Geral, mas correu esse risco e saiu-lhe furado. Aquele comunicado da Liga ficará como uma bela anedota do seu mandato.

Quanto ao troféu, é pena que mais de metade dos clubes só tenha realizado um jogo e que a média de espectadores por jogo não tenha atingido os 3.000 espectadores. Mas o pior, o lamentável, é que o vencedor da Taça da Liga ainda não tem acesso a nenhuma benesse europeia. Ou seja, ficar em quinto no campeonato dá mais prestígio que vencer a Taça. A este boicote dos clubes ao evento, Hermínio Loureiro decidiu avançar com uma medida corajosa e inteligente.

Percebendo que lhe estão a fazer a cama, arrisca tudo por tudo e ameaça que exclui das provas profissionais na próxima época dos clubes que registem ordenados em atraso em Maio próximo. Trata-se de uma ameaça do género ou fazem como eu mando, ou mandam-me embora. Há três caminhos possíveis:

1. Ou os clubes fingem acatar a decisão e à boa maneira portuguesa arranjam uma forma de aldrabar a situação.

2. Os clubes boicotam e Hermínio Loureiro saí.

3. Se Hermínio Loureiro vencer esta batalha, o futebol ficará mais limpo e o poder de Hermínio reforçado. Aí estará campo aberto para outras medidas – diminuição do número de clubes, vencimento do Presidente, política de empréstimos.

Gostava que Hermínio ganhasse a sua luta. O passo seguinte seria limitar e impor regras de empréstimos de jogadores. Para acabar de uma vez por todas com estas mentiras. O Estrela é um clube parasita, que não paga salários, que não tem público (menos de 1.000 espectadores por jogo) e que tem uma equipa à custa de jogadores emprestados. Não sei o que é que ali é profissional, a não ser a chico-espertice.

Agora, vou ver a final.